Como gerir eficazmente o seu stress

Todas as pessoas são, por vezes, alvo de stress, algo que é natural. De facto, o stress a curto prazo é, antes de mais, uma reação biológica destinada a manter-nos alerta durante um choque físico, mental ou sensorial. Mas quando é que o stress a curto prazo se torna crónico?

É frequente pessoas com a Síndrome do Intestino Irritável experienciarem sintomas em períodos de stress. Por isso, é muito importante controlar esse stress para limitar os períodos de crise.

O stress comum como, por exemplo, a tensão que sentimos antes de falar em público, é normal e faz parte do quotidiano. Sentir regularmente stress a curto prazo não tem consequências. Mantém-nos alerta e permite reagir de forma adequada. Nos tempos das cavernas, esse stress era até essencial para a sobrevivência. Hoje em dia, tende sobretudo a melhorar o nosso desempenho.

O perigo reside no stress a longo prazo, quando a tensão persiste, apesar do desaparecimento da causa original do stress. Este tipo de stress tem por nome stress crónico. Continuamos a lamentar-nos e a pensar e sentir que estamos a perder o controlo da nossa vida. Esse sentimento cria um estado de stress omnipresente, colocando-nos num ciclo vicioso. Acabamos por sentir que é impossível mudar seja o que for nessa situação.

O stress crónico pode ser causado, em particular, por problemas financeiros, perda de um emprego, problemas num relacionamento ou familiares. O stress relacionado com o trabalho também pode dar origem ao stress crónico. Um número crescente de profissionais sofre deste mal. Se é uma pessoa perfecionista e tem medo do fracasso, está mais suscetível a estar stressado no trabalho. O ambiente de trabalho também desempenha um papel na criação de stress. Os funcionários que têm menos autonomia e são pouco valorizados, desenvolvem mais stress do que outros.

O stress crónico é mau para a nossa saúde, tanto para o corpo como para o espírito. Para além disso, quando o estado de stress dura muito tempo, o corpo envia sinais físicos desagradáveis.

Estes são alguns dos sintomas típicos de stress crónico:

  • Dores de cabeça recorrentes durante o dia, que duram vários dias
  • Dores e desconforto intestinal. Quem sofre de cólon irritável verifica que tem mais episódios de crises e que estas duram mais tempo.
  • Perturbações do sono. Sentimento de cansaço, às vezes até de exaustão, mas é impossível dormir. Ou então acorda regularmente durante a noite. A privação de sono é perigosa a longo prazo e intensifica ainda mais o stress crónico.

Como gerir o seu stress?

Evitar completamente o stress não é possível nem desejável. Como vimos, o stress desempenha um papel essencial nas nossas vidas. O desafio é gerir bem o stresse e garantir que este não se instala a longo prazo.

1) Permitir um período de descanso suficiente

Passa todo o seu tempo livre agarrado ao smartphone? Tem de estar sempre ocupado mesmo quando está em casa? Pare! O seu cérebro precisa de tempo para descansar e para recarregar. Aprenda a ter tempo para relaxar. O seu espírito e sua saúde irão agradecer-lhe.

2) Medite e ria!

O stress recorrente é um fator agravante de várias doenças. Está cientificamente comprovado que a meditação pode ajudar a regulá-las. E não é preciso ser um profissional para praticá-la. Inspirar e expirar de forma profunda e consciente é um bom começo. Este momento de calma permitir-lhe-á distanciar-se da situação stressante e da sua própria resposta a esta. O stress faz-nos reagir de forma impulsiva, quando, por vezes, bastar investir algum tempo para evitá-lo.
O riso também ajuda. Estudos demonstraram que o riso é benéfico e contagioso.

3) Mova-se, de preferência ao ar livre

A atividade física liberta endorfinas, a “hormona da felicidade”. O exercício regular ao ar livre também promove a produção de vitamina D. A falta de vitamina D pode fazer com que se sinta indiferente e cansado, levando a surtos de stress. Tente caminhar, andar de bicicleta ou correr durante meia hora todos os dias. Não é um desportista? Faça jardinagem e suba/desça as escadas com mais frequência; também irá sentir efeitos positivos com estas atividades.

4) Tenha uma alimentação saudável.

Escolha ingerir 5 frutas e legumes por dia e manter um bom equilíbrio entre gorduras, hidratos de carbono e proteínas. Escolha alimentos não processados ou pouco processados. Para pessoas que sofrem de intestino irritável, uma dieta sem FODMAPs (com acompanhamento de um nutricionista) pode ser aconselhável.

Veja o artigo “O que é a dieta baixa em FODMAP e como pode aliviar a SII?”

5) Tenha um sono de qualidade

O stress mantém-nos acordados, o que faz aumentar a hormona do stress, o cortisol. A privação de sono, por sua vez, perturba o funcionamento do córtex pré-frontal. É por isso que nos sentimos irritados depois de uma noite mal passada ou sofremos de problemas de concentração. Ficamos menos capazes de lidar com problemas, o que aumenta ainda mais o nível de stress.

Como garantir uma boa noite de sono?

  • Trabalhar a respiração abdominal.
  • Reduzir o tempo de ecrã algumas horas antes de dormir. A luz azul interrompe a produção de melatonina, a hormona do sono.
  • Não beber mais do que dois cafés por dia e tentar não levar as preocupações para a cama lendo, por exemplo, um bom romance antes de dormir.

A nossa flora intestinal e o stress

A maioria das pessoas que sofre de Síndrome do Cólon Irritável tem cólicas com maior frequência durante períodos de stress. Porquê?

O stress afeta a flora intestinal, agindo sobre a velocidade do trânsito intestinal, ou seja, a velocidade de processamento de um alimento em fezes. Investigações também sugerem que o stress pode causar uma reação inflamatória no intestino, à qual bactérias intestinais são muito sensíveis. É necessário realizar mais investigações neste domínio.

O que é certo é que existe uma ligação entre o nosso intestino e o nosso cérebro. Estes estão ligados por um sistema nervoso autónomo que liga o cérebro ao próprio sistema nervoso do intestino. Se uma substância potencialmente prejudicial entra no trato gastrointestinal, o intestino faz soar o alarme e ocorrem manifestações, tais como dores abdominais ou diarreia. Também funciona ao contrário: o equilíbrio da nossa flora intestinal afeta o nosso humor. Vários estudos demonstram que as bactérias intestinais produzem neurotransmissores como a serotonina e a dopamina e que essas substâncias atuam, por sua vez, ao nível do cérebro.

Às vezes, o intestino continua a enviar sinais de alerta para o sistema nervoso central quando não há mais nenhuma razão para o fazer. Esta perturbação do sistema pode resultar em hipersensibilidade e queixas atribuídas ao intestino irritável.

Assim, o stress desempenha um papel importante na provocação ou exacerbação de queixas gastrointestinais.

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Terei Síndrome do Intestino Irritável?

Alguma vez pensou demoradamente no que ia pedir num primeiro encontro, com receio de que a sua decisão pudesse levar a uma urgente (e inconveniente) ida à casa de banho? Procura sempre a casa de banho de qualquer espaço público assim que entra, como um espião altamente especializado? Já gastou mais em papel higiénico do que em artigos de “higiene pessoal”?

Dificuldades com a digestão são mais comuns do que possa pensar. Apesar de patologias como a SII serem frustrantes, não são definitivamente algo pelo qual deva sentir vergonha.
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Fase 1

Tem, com frequência, dor ou desconforto abdominal que alivia após evacuar?

Sofre com frequência dor abdominal que provoca uma grande urgência em evacuar?

Os sintomas acima descritos duram há mais de 3 meses?

Costuma interromper as suas atividades diárias devido aos sintomas acima descritos?

Próxima pergunta

É pouco provável que seja Síndrome do Intestino Irritável. No entanto, se os sintomas persistirem ou piorarem, consulte um profissional de saúde.

Fase 2

Sente regularmente a sua barriga inchada ou distendida (pense numa gravidez de 6 meses)?

Considera os seus movimentos intestinais “irregulares” (muito frequentes ou pouco frequentes, diarreia ou obstipação)?

As suas fezes têm uma forma anormal (formato, textura, consistência)?

Tem gases com muita frequência?

Tem dificuldade em evacuar (esforço, urgência ou dor)?

Concluir

De acordo com os critérios de Roma IV, é provável que tenha SII. Aconselhamos que consulte um profissional de saúde.

Saiba mais sobre o que dizer na consulta e os tratamentos existentes para gerir os seus sintomas: