Dores abdominais, obstipação, diarreia, fadiga. Todas estas queixas são associadas tanto à Síndrome do Cólon Irritável, como à doença de Crohn, também conhecida como Doença Inflamatória Intestinal. Contudo, existem diferenças significativas entre as duas patologias.
No caso da Síndrome do Cólon Irritável (ou SII), os intestinos, e especialmente o cólon, estão muito sensíveis. A causa exata desta hipersensibilidade ainda não foi descoberta. As queixas começam muitas vezes entre o 20.º e o 30.º ano de vida, sendo as mulheres mais afetadas do que os homens. As queixas diferem de pessoa para pessoa e podem variar de dor irritante a cólicas intestinais, passando por episódios de diarreia e/ou obstipação. A Síndrome do Cólon Irritável é uma doença crónica, embora os doentes possam não ter sintomas durante longos períodos.
Regime alimentar e fibras
O regime FODMAP pode aliviar as queixas associadas à Síndrome do Cólon Irritável. A fruta não faz mal, salvo em caso de hipersensibilidade à frutose. Contudo, evite consumir frutas após uma refeição para evitar a ocorrência de gases e cólicas intestinais.
A fibra é necessária para o funcionamento adequado do intestino, mas alguns tipos de fibra podem aumentar as queixas. As fibras solúveis (presentes sobretudo em frutas e vegetais) são boas para a Síndrome do Cólon Irritável, ao passo que as fibras insolúveis, encontradas em produtos completos, pode dar origem a estímulos e queixas adicionais. É necessário investigar (seguindo o regime FODMAP, por exemplo) para saber quais os tipos de fibra que provocam queixas e os que provocam poucas ou nenhumas queixas.
Por mais irritante que possa ser, a Síndrome do Cólon Irritável não é considerada um perigo para a saúde. Os intestinos não estão inflamados e não há aumento no risco de cancro do intestino.
Doença de Crohn
A doença de Crohn é uma Doença Inflamatória Intestinal. Nesta doença, os intestinos estão cronicamente inflamados. Estas inflamações causam hemorragias e úlceras. Às vezes, as áreas saudáveis e inflamadas alternam-se na parede intestinal. A inflamação encontra-se, mais frequentemente, na região ileocecal, na transição entre o intestino delgado e o início do cólon. Mas a doença também pode estar presente noutras áreas. Todo o sistema digestivo, da boca ao ânus, pode ser afetado.
Como a Síndrome do Cólon Irritável, a doença de Crohn tem uma evolução variável. Períodos de queixas múltiplas alternam-se com períodos sem sintomas.
Os sintomas mais comuns são:
• Diarreia (por vezes acompanhada de muco e/ou sangue)
• Dores abdominais
• Perda de peso
• Náuseas e/ou vómitos
• Fadiga
• Perda de sangue
• Dores nas articulações
• Febre
• Erupções cutâneas
A inflamação pode entrar nas camadas mais profundas da parede intestinal e causar contrações intestinais chamadas estenose e/ou fístulas. Uma fístula é uma ligação anormal entre dois órgãos ocos (por exemplo, o estômago, o cólon, o intestino delgado, a bexiga e a vesícula biliar) ou entre um órgão oco e o mundo exterior (fístula anal). Muitas vezes, estas fístulas têm de ser fechadas cirurgicamente. Os estreitamentos intestinais também são tratados por cirurgia.
Origens da doença de Crohn
Assim como a Síndrome do Cólon Irritável, a causa exata desta Doença Inflamatória Intestinal é desconhecida. Uma combinação de fatores desempenha um papel no seu aparecimento.
– composição de bactérias no intestino (“disbiose”).
– hereditariedade
– reação imunológica desordenada da parede intestinal.
– fatores ambientais, tais como fumar ou um regime alimentar “ocidental”, muito alta em açúcares rápidos e baixa em fibras.
Tratamentos
Embora possa ser necessário recorrer a cirurgia, a doença de Crohn é geralmente tratada com medicação. Após diagnóstico da doença de Crohn pelo seu médico, será implementado um acompanhamento regular.
Fontes:
https://www.uza.be/inflammatoire-darmziekten-kliniek-ibd-kliniek
https://www.darmgezondheid.nl/darmklachten/darmaandoeningen/ziekte-van-crohn/